Press | Entrevista Espalha Factos

March 18, 2015

Entrevista-Espalha-Factos

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Entrevista no Espalha Factos sobre o álbum “Subnutridos” pela querida Alexandra Correia Silva:
http://www.espalhafactos.com/2015/03/14/entrevista-luis-formiga-subnutridos/


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Espalha-Factos – Como é que tudo começou?
Luís Formiga – Eu tinha passado por diversos projetos anteriormente, na maioria como baixista. Este surgiu essencialmente quando estive a viver em Itália. E tanto pelo isolamento como pela recém aproximação à guitarra, tive mais meios e senti maior necessidade de compor autonomamente.

EF – O que é que te move?
LF – Acho que, intimamente, todos temos uma necessidade de justificar a nossa existência. A mim, a música surge como o meio mais visceral e natural de o fazer, acabando por funcionar como uma espécie de catarse e consequente processo de racionalização.

EF – Que diferenças fundamentais podemos encontrar entre os teus anteriores EPs e este longa duração?
LF – Os primeiros EPs constituíram uma fase de procura. Este novo álbum é mais esclarecido, aponta para uma abordagem mais crua e despojada, enaltecendo a parte lírica e as composições. Foi na sua maioria gravado ao vivo, e sem uso de muitas das técnicas de edição que poderiam comprometer a individualidade e encobrir as minhas fragilidades.
Subnutridos promo 3 1200

EF – Quem são os subnutridos?
LF – As histórias destas personagens “anónimas” que ilustram as canções giram em torno da ideia de que existe algo que lhes escapa, a necessidade não realizada. Mas tendo presente o entendimento de que sem frustração não há satisfação. Subnutridos é baseado numa teoria psicanalítica segundo a qual por desejarmos aquilo que nos falta, somos aquilo que nos falta.
Às vezes as músicas levam-nos; outras vezes, temos de as “carregar”.

EF – Trabalhas neste disco com muitos amigos que de alguma forma ajudam a completar o teu trabalho. Nomeadamente o artwork que o acompanha ajuda a contar as tuas histórias. No entanto, o disco é muito pessoal e muito intimista. Como se faz essa gestão?
LF – Penso que a música tem um peso. Às vezes as músicas levam-nos; outras vezes, temos de as “carregar”. Ter amigos (músicos) a colaborar nas minhas canções, pela proximidade que têm comigo e assim maior entendimento desse peso ou leveza, acaba por fazer com que a sua presença esteja em sintonia com a minha intenção inicial com este álbum. É daí que advém o seu possível intimismo.

EF – E a pergunta do milhão de euros: o que se segue?
LF – De momento estou a trabalhar num álbum novo e paralelamente numa história (A ópera de um homem só), que é uma peça que engloba texto, ilustração e música e retrata a relação de um indivíduo com a morte. Gostava também de ir para a estrada com o Subnutridos. Quando lancei o álbum não senti necessidade de o fazer, nessa altura apenas queria, ao editá-lo, fechar um ciclo.
Subnutridos está disponível para venda no iTunes e para streaming no Spotify.

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