entrevista

“Penso que não somos assim tão diferentes uns dos outros. Não há ninguém que nos seja mais estranho que nós mesmos. Tudo o que fazemos/vivemos acaba por conter alguma universalidade e, dessa forma, torna-se relacionável”.

Dois anos volvidos desde a entrevista com a Ana Isabel para o DN (http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=3131949), que então, antecipava o lançamento do “Subnutridos”, voltámos a conversar, eis o resultado.

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Entrevista no Delfos sobre o álbum “Subnutridos” pela Ana Isabel:
https://delfosaprofeciadasartes.wordpress.com/2015/05/21/entrevistaluis-formiga/

“Há adivinhas nas sombras, devias escutá-las também.” Canta-nos Luís Formiga em ‘O Teu Deus’, um dos 12 temas do seu primeiro Longa Duração, ‘Subnutridos’, laçado em junho do ano passado. Embora certas sombras estejam longe de histrionismo banais ou luzes florescentes, tal não significa que não encerrem mundos em si, mundos que nos passam ao lado pelo imediatismo decorrente das primeiras impressões ou pelas nossas distrações avessas. A meu ver, e escrevo apenas tendo em conta a minha própria perceção do que escutei, ‘Subnutridos’ tenta chamar a atenção para esses mundos esquecidos que a todos nós nos custa a ver , anteriores à nossa imagem e que, afinal, transportam com peso uma grande parte da nossa condição humana. Curioso que seja isso mesmo que nos permita escutar algo que nos soa completamente visceral e íntimo para nos transportar para outras histórias com pessoas dentro, como que a relembrar-nos que somos feitos da mesma pele, do mesmo sangue e dos mesmos ossos. A subtileza e acalmia da música coexiste com o peso inerente das letras que focam fraquezas, fragilidades, sobretudo as fragilidades daquilo que procuramos e nos falta. Qual a força da nossa fraqueza refletida no espelho? Qual o peso da fraqueza de não se ‘ saber desistir das flores’? Para além de ‘Subnutridos’, Luís Formiga já nos havia presenteado em 2011 e 2012, respetivamente, com os Ep´s ‘Luís Formiga’ e ‘Dois Depois’. Tem novos projetos na manga, um novo álbum e uma peça que engloba texto, música e ilustração, ‘A Ópera de um homem só’. Há dias concedeu-me uma entrevista por e-mail e, sem mais demoras vãs, vejam o resultado que vale a pena. “Vou tentando não falar muito alto e talvez seja mais difícil chegar a um maior número de pessoas dessa forma, mas esforço-me por fazer sempre a coisa pela coisa, e ficar de braços abertos para o que acontecer. Aí, talvez, se alguém passar por perto e me ouvir, fique um pouco”, contou-me.

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