Entre encontros e alguns copos de wisky fizemos umas gravações ao vivo. Esta é a primeira, as músicas, com novos arranjos, são do álbum Subnutridos.
O Jorge Pandeirada está no moog, piano e vozes, o Micael Lourenço nos pads e o Edward Alves a existir naquele esplendor habitual.
Desculpa Noite
(letra)
Devia ter percebido pelo tom daquele olá que vinhas para me fazer mal
Entre o ocaso e o triunfo de uma lua palidamente desanimada
Uma criança não pode viver assim, acordada, descontrolada
Ai eu sei lá o que é o amor
Ai eu sei lá se sei, o que é o amor.
O passado é só glória mal lembrada, o futuro, miséria declarada
E era tão fácil perceber que a canoa andava em círculos porque um de nós não remava
Amores que duram deixam os amantes tão exaustos
Desculpa noite, mas nós não podemos ser amigos, tu não me fazes bem.
Potencial não é realidade, se calhar sabia, a comida não descia, não cabia
Pendura-nos numa moldura, talvez te dê a recordação
Bela que cessas nos lençóis da manhã, embrulhada no sorriso da despreocupação
A aspirar viver em contratempo, por entre as batidas da solidão.
A fragilidade é medidor de coragem e berço da criação
Vou saber perder-te como um vencedor
Ai eu sei lá o que é o amor
Ai eu sei lá se sei, o que é o amor
Desculpa noite, mas nós não podemos ser amigos, tu não me fazes bem
Melodia da fraqueza
(letra)
Sabes companheiro, hoje acordei numa inquietude diferente,
Saí à rua para merecer, vestido de vencer.
Mas não havia nada para mim naquele lugar
Foi só mais uma tentativa de me abandonar.
Olho-te companheiro, tu que tens vencido tanto,
Nunca me lembro que só é vencedor que não tem medo de ganhar.
Nem o anseio assim tanto, mas vou a meio do caminho
E tu pareces ter as tuas coisas todas no lugar.
Ontem olhei-me ao espelho, o idiota do outro lado disse
Estás demasiado exausto para te importares com a felicidade?
É a melodia da minha fraqueza, não (saber) desistir das flores
Sou o que me falta.
Sabes companheiro, tenho tentado colocar-me no teu lugar,
Ás vezes esqueço-me que até tu, juntaste uma lágrima às tentações.
Enquanto a música te chegava aos poucos
como se alguém explicasse algo entre os refrões.
Perder o hábito de viver antes de ganhar o de pensar
E porque se transformou nele mesmo o mundo fugiu-me
Sabes companheiro que se foda esta vida,
Enquanto é a minha que lamento, e essa mesma que alimento.
Ontem olhei-me ao espelho o idiota do outro lado disse
Estás demasiado exausto para te importares com a felicidade?
Não desistir das flores, é a melodia da minha fraqueza
Sou o que me falta
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Luís Formiga – Voz e Guitarra
Jorge Pandeirada – Voz, Piano e Moog
Micael Lourenço – Pad
Edward Alves – Moog